quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

DISFUNÇÃO TEMPORO MANDIBULAR






AS DORES DE CABEÇA PODEM SER TRATADAS COM A AJUDA DO CIRURGIÃO DENTISTA?
Muitas pessoas sofrem de dores de cabeça, de ouvido, músculos da face, pescoço e costas. Estas pessoas podem estar sofrendo de desordem temporo-mandibular ou dor oro facial, pois os músculos e as articulações não funcionam em harmonia, resultando em dores e espasmos. 

DORES NA ARTICULAÇÃO TEMPORO-MANDIBULAR (ATM) OU DOR ORO FACIAL
ATM significa Articulação temporo-mandibular. Ela é a articulação que permite o movimento de abrir e fechar a boca. Existem duas ATMs: uma do lado direito e outra do lado esquerdo, em frente a cada ouvido. Cada vez que se fala, mastiga ou deglute, a ATM se movimenta.
Observe o movimento ao abrir a boca, você está usando suas articulações. Ponha seus dedos à frente do ouvido, abra e feche a boca, ou fale: você sentirá o movimento da ATM.
Temos abaixo um desenho da articulação em seu estado normal. Para evitar o contato direto entre os ossos, existe o disco articular, representado em rosa, que acompanha o movimento da mandíbula.
Por que o problema de ATM pode causar dor de cabeça?
As dores de cabeça provenientes das disfunções da ATM, em geral, não são propriamente de cabeça: são dores nos músculos que envolvem a cabeça. Posições posturais viciosas, relacionamento dental inadequado, apertamento e/ou ranger de dentes, associados ao “stress”, normalmente culminam em quadros crônicos de dores nos músculos da face, da cabeça e do pescoço.

Por que o problema de ATM pode causar dor de ouvido?
A proximidade entre a ATM e o ouvido pode ocasionalmente confundir o paciente sobre o local de origem da dor. Na realidade, a dor de ouvido é diferente da dor de ATM. Como diagnóstico diferencial, as disfunções da ATM não manifestam febre, não eliminam secreção pelos ouvidos e não são acompanhadas por quadros infecciosos das vias aéreas superiores.
Qual é a principal característica de um paciente que tem problemas de ATM?
O principal indicativo de uma alteração na ATM é o estalido (clique), normalmente acompanhado de dor que se manifesta na cabeça, face, pescoço, olhos e dentes. A ausência de dor não é sinal de normalidade. O estalido (clique), por si só, já traduz problemas na ATM.
Existe relação entre dentes e ATM?
Sim. O “encaixe dental” (oclusão) é responsável pela posição do côndilo (cabeça da mandíbula) dentro da articulação. Ocluir os dentes mais para frente, para trás ou para os lados traz conseqüências para as ATM. O ideal é que a oclusão tenha um relacionamento adequado, para manter côndilo e disco articular harmônicos e bem posicionado entre si, a fim de que a articulação seja saudável.
Como os músculos da mastigação e as articulações funcionam?
As estruturas que possibilitam a abertura e fechamento da boca são muito especializadas e trabalham juntas quando mastigamos, falamos e engolimos. Essa estrutura inclui músculos, ligamentos e ossos. A ATM é a articulação mais complexa do corpo. Os discos articulares permitem vários movimentos da boca como aberturas em diferentes graus e deslizamento. Muitos são os músculos que permitem abrirmos e fecharmos a boca, controlando os movimentos para frente e para trás, para os lados e fechamento. A articulação também está envolvida nesses movimentos.

Causa das desordens
Quando os músculos e as articulações não trabalham bem, acontecem os espasmos (restrição aos movimentos da boca, especialmente à abertura). Esses espasmos podem tornar-se parte de um ciclo que resulta em dano do tecido, dor, contração muscular e mais espasmos, fechando assim um ciclo que se repete indefinidamente.
Acidentes que envolvem a mandíbula, cabeça e pescoço ou doenças, como artrite, podem resultar em problemas da ATM. Fatores relacionados à oclusão dos dentes (mordida) também podem causar essas desordens
Hábitos bucais, como o bruxismo, podem ser uma resposta ao estresse do sistema. As pessoas podem apertar ou ranger os dentes durante a noite, esses movimentos causam o cansaço dos músculos que também resultam em espasmos, causando dor.
O alinhamento impróprio dos dentes pode causar dificuldades na mordida, na mastigação e na deglutição, o que leva os músculos ao estresse, assim como um dente que foi restaurado recentemente e se encontra alto quando fechamos a boca, em outras palavras, toca primeiro. O que é denominado de contato pré-maturo.
As causas da dor na articulação também podem estar relacionadas a interferências do disco articular (“menisco”), que está interposto entre as partes ósseas. O conjunto de alterações pode levar a restrição de abertura de boca e a dificuldade de mastigação.
São muitos os fatores etiológicos da Disfunção temporo-mandibular. Apresentamos a seguir as causas mais freqüentes:
Traumatismos (macro e microtraumas)
De acordo com estatística publicada no Journal of the American Dental Association (JADA 1990; 120:267), os traumatismos (pancadas) são responsáveis por mais de 44% dos problemas de ATM.
Aceleração/desaceleração cervical (Whiplash)
Freqüentemente relacionado a acidentes de carro (geralmente em batidas por trás), o brusco movimento da cabeça para frente e para trás causa estiramento e compressão dos componentes da ATM, podendo danificá-la.
Excessiva abertura de boca
Todas as articulações têm limitações de movimento, e a ATM não é exceção. Quando, por razões diversas, a boca é mantida aberta de modo exagerado, poderá haver danos aos ligamentos, à cápsula articular ou mesmo deslocamento de disco articular.
Hábitos parafuncionais
Alguns hábitos podem causar pressões inadequadas na ATM. A persistência de tais microtraumatismos leva a alterações intra-articulares, como: deslocamento de disco articular, alterações capsulares, ligamentares, diminuição de líquido sinovial entre outros.
Exemplos de hábitos parafuncionais:
Apertamento dental, apertamento de lábios, permanência de objetos entre os dentes, apoio de mão na mandíbula entre outros.
Má-oclusão
Má-oclusão significa “mordida” inadequada. A má-oclusão pode estar relacionada à discrepância de bases ósseas maxilo-mandibulares ou a desarmonia dental. Como a manutenção da saúde da ATM depende de uma boa oclusão, potencialmente, todo portador de má-oclusão é candidato a ter problemas na ATM.
Lassidão ligamentar
Algumas pessoas possuem todos os ligamentos das articulações relativamente frouxos (provavelmente por questões genéticas). A lassidão ligamentar em si não representa problema; no entanto, sua associação com outros fatores predisponentes pode levar à disfunção da ATM.
Outros fatores
Alterações sistêmicas (por exemplo: artrite reumatóide), alterações morfológicas congênitas, discrepâncias estruturais maxilo-mandibular, stress físico e psicológico, alterações hormonais etc.
Sinais e sintomas mais comuns das Desordens da ATM
  • Dor na região de ouvido, algumas vezes se espalha pela face;
  • Músculos da mastigação contraídos;
  • Estalido ou ruído ao abrir ou fechar a boca;
  • Dificuldade ao abrir a boca;
  • Mandíbula travada, trancada ou deslocada;
  • Dor ao mastigar, bocejar ou abrir a boca no máximo;
  • Certas dores de cabeça, pescoço e lombares.
Diagnóstico
Exames complementares são freqüentemente utilizados para diagnosticar com precisão a disfunção da ATM.
Tais exames compreendem
  • Imagens da ATM (radiografias transcranianas, tomografias, imagem por ressonância magnética);
  • Eletromiografia (EMG) computadorizada dos músculos do sistema mastigador;
  • Avaliação computadorizada dos ruídos nas ATMs (SonoPAK/I);
  • Avaliação computadorizada dos movimentos da mandíbula (Eletrognatografia).
Em casos crônicos, pode ser necessária a indicação de especialistas médicos (em geral, médicos ortopedistas) ou a avaliação de um cirurgião buco-maxilo-facial ou psicólogo.
Tratamento:
O tratamento pode variar baseado em diagnóstico individual. Pode ser recomendado um tratamento envolvendo várias fases. Promover uma oclusão dentária que permita um bom relacionamento entre as estruturas da ATM e remover os fatores que possam estar associados ao problema.
O plano passo-a-passo é do maior interesse porque uma pequena correção pode ser necessária. Se a dor e outros sintomas persistem.
A. Objetivos
  1. Evitar cirurgia através de tratamento conservador;
  2. Reposicionar a mandíbula ao crânio para melhorar função;
  3. Minimizar a dor muscular;
  4. Melhorar a postura;
  5. Melhorar o limite de movimento;
  6. Reeducar o paciente em relação ao posicionamento correto da mandíbula;
  7. Reduzir a inflamação;
  8. Reduzir a carga adversa na ATM;
  9. Fortalecer o sistema músculo-esquelético;
B. Técnicas
O tratamento da Disfunção temporo-mandibular compreende:
  1. Instalação de Placas Inter-oclusais;
  2. Exercícios;
  3. Fisioterapia;
  4. Termoterapia (frio, calor, ultra-som);
  5. Eletroterapia (TENS, MENS);
  6. Anestesia nos músculos para bloqueio de “trigger points”.
A Disfunção temporo-mandibular direcionada aos músculos de modo geral é mais fácil de ser tratada quando se encontra no processo inicial. A resposta ao tratamento, que varia de paciente para paciente, está diretamente relacionada há quanto tempo o problema existe. O não tratamento precoce pode levar a alterações intra-articulares da ATM.
É necessário entender que o tratamento das alterações intra-articulares, tanto no caso da ATM como no das outras articulações do corpo do humano, não resulta no retorno dessas articulações a sua integridade morfológica total. No entanto, podem ter sua função normal, mesmo coexistindo com diversos tipos de seqüelas.
E como prevenir?
O ideal é realizar o exame da oclusão e da palpação da ATM sempre que for ao dentista. Quanto mais rápido o distúrbio for detectado, mais simples é a cura. “As mães devem desde cedo evitar a perda dentária dos filhos e prestar atenção nos hábitos incorretos como chupar dedos, chupetas, morder objetos, lábios ou língua, respirar pela boca, etc. O uso de aparelhos ortodônticos preventivos e corretivos também são fundamentais na hora certa, seguidos de um ajuste na oclusão”.



domingo, 25 de agosto de 2013

Engenharia genética é a nova aposta para o sucesso de implantes dentários

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Engenharia genética é a nova aposta para o sucesso de implantes dentários

A proteína óssea BPM-2, capaz de transformar células-tronco em células específicas para a formação óssea, agora, pode ser usada na Odontologia e tornar o enxerto desnecessário na reabilitação oral

Por Bruna Oliveira / Colaboração de Mariana Pantano

De acordo com o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística -, 26 milhões de brasileiros não têm mais nenhum dente natural na boca. A falta de dentes diminui a capacidade de mastigação, compromete a aparência e a auto-estima das pessoas. Com isso, um número cada vez maior de brasileiros recorre a tratamentos dentários na busca de um sorriso perfeito. Estatísticas do IBGE demonstram que a popularização dos implantes dentários vem mantendo um crescimento anual de 20% ao longo dos últimos anos.

Considerado uma solução avançada, o implante dentário consiste em uma estrutura metálica que pode substituir a raiz do dente perdido. Porém, novas técnicas de reabilitação oral estão surgindo e são responsáveis por permitir uma concordância necessária entre a estética facial e a composição dentária e funcional da boca. A Engenharia Genética, com novas descobertas, revoluciona a prática de implantes dentários e estende os benefícios aos pacientes.

Para fazer a instalação de um novo dente, é necessário haver uma quantidade óssea mínima disponível. Mas, nem sempre isso é possível. As deficiências ósseas podem ocorrer de diferentes etiologias procedentes, principalmente de cistos e lesões endodônticas ou periodontais, fatores iatrogênicos (doenças ou alterações patológicas causadas por efeitos de medicamentos), pela ausência dentária e atrofia do desuso, deformidades de desenvolvimento etc. “A melhor solução para a perda óssea, segundo a literatura, é o enxerto ósseo autógeno. Entretanto, existe um certo desconforto da remoção de um fragmento de osso de outra região do paciente, aumentando a morbidade da cirurgia e o desconforto pós-operatório”, explica o Cirurgião-Dentista especialista em Cirurgia Bucomaxilofacial e doutor em Implantodontia, André Zétola.

Em 1965, o pesquisador Marshall Urist, da Universidade da Califórnia, Estados Unidos, isolou uma proteína responsável pela formação óssea; a Proteína Óssea Morfogenética (BMP). Essa proteína é capaz de induzir a transformação de células primitivas em células capazes de formar o osso. As BMP`s são fundamentais para a reparação das fraturas e durante o desenvolvimento do esqueleto ósseo. Por meio de um intenso trabalho de pesquisa em Engenharia Genética, pesquisadores conseguiram isolar a principal proteína para a regeneração óssea, a morfogenética tipo 2 (BMP-2), e derivaram, também, sinteticamente, esse componente (rhBMP-2), chamada proteína recombinante morfogenética. A BMP atua na região implantada, transformando célulastronco em células específicas para a formação óssea, induzindo à recuperação do tecido ósseo, tornando o enxerto desnecessário.

Segundo André Zétola, as vantagens de se usar esse método é que não há necessidade de uma área doadora. “Não existe nenhum quadro de dor, pois o procedimento cirúrgico é muito simples e rápido. A grande vantagem para a isenção da dor é a ausência das células doadoras que, normalmente, são as grandes vilãs dos enxertos ósseos, a quais trazem uma sensibilidade maior e até mesmo o risco de uma parestesia indesejável”, explica ele. Durante a cirurgia, a BMP é mergulhada na estrutura óssea com uma esponja absorvível de colágeno que, depois de um tempo, será reabsorvida ou desaparecerá no organismo. Ao mesmo tempo em que essa esponja se dissolve, a BMP estimula as células a produzirem novos tecidos ósseos e se dá o processo de cicatrização. “Esse método tem menor tempo de cirurgia, não há necessidade de retirar o osso do próprio paciente, o que significa menor morbidade. O Pac (Periodontite Apical Crônica) será menos ‘invandido’ e a recuperação do paciente é mais rápida e mais tranqüila”, garante o Cirurgião-Dentista especialista em Implantodontia e diretor da Smiling Dental Care, Marcelo Rezende.

Para o Cirurgião-Dentista André Zétola, como existe apenas a neoformação óssea, pois a rhBMP-2 é extremamente osseoindutora, “não é necessário reabsorver nenhum osso ou biomaterial para haver a sua incorporação, sendo assim, é um procedimento muito rápido e previsível. Ela é produzida sinteticamente em laboratório, então não existe o risco de transmissão de doenças. Além disso, pode ser produzida em larga escala, podendo atender qualquer demanda”, explica ele.

Devido ao sucesso da proteína morfogenética para a reconstrução dos defeitos alvolares e elevação do seio maxilar, a BPM-2 está sendo utilizada, agora, nos casos de grandes defeitos da face. Casos que antigamente necessitavam de uma cirurgia de cinco a oito horas para a resolução, com a remoção de grande quantidade de osso de outra área como o quadril, a tíbia ou até mesmo de calota craniana, hoje podem ser resolvidos na metade do tempo e com bastante previsibilidade e segurança.

A reconstrução do osso através da proteína BMP-2 demora, normalmente, de cinco a seis meses, que é o tempo sufi ciente para que haja a neoformação óssea. “A rhBMP-2 faz parte da família dos grandes fatores de crescimento. Sendo assim, tem um grande potencial ósseo indutor, ao contrário dos outros biomateriais que têm capacidade osseocondutora e necessitam de um maior tempo para reparação óssea, podendo levar até anos para ter a sua completa incorporação”, diz Zétola.

Essa solução menos traumática e com melhores resultados para os portadores de deficiências ósseas já existe, pois os recursos da Engenharia Genética já estão disponíveis ao Cirurgião-Dentista. A técnica foi aprovada pela Anvisa - Agência Nacional de Vigilância Sanitária - para aplicação em pacientes no Brasil. Segundo André Zétola, é uma verdadeira revolução para os implantes. “Faço implantes há mais de 17 anos, tenho mais de 6 mil implantes colocados e já utilizei diversos tipos de materiais. De lá para cá, nunca vi nada igual. Fiquei impressionado desde o primeiro caso que fi zemos sua utilização”, afirmou o Cirurgião-Dentista.


domingo, 14 de julho de 2013

Enxerto Ósseo


Enxertos ósseos são necessários quando pacientes não possuem estrutura óssea adequada para receber implantes dentários. Isso é necessário sempre que um dente é perdido e o osso que se encontrava ao redor do dente é reabsorvido, esse processo de reabsorção óssea ou atrofia, deixa o osso progressivamente mais fino tornando a colocação do implante quase que impossível. Existem casos que estes dentes foram perdidos há muitos anos, o que torna necessário a realização de um procedimento para recriar o osso perdido, denominado de enxerto ósseo..

O que é enxerto ósseo?

Como dito antes é um procedimento odontológico realizado em pacientes que não possuem quantidade óssea adequada para receber implantes dentários. Esses pacientes são submetidos a um procedimento cirúrgico, antes da instalação dos implantes dentários, denominado enxerto ósseo. Isso busca aumentar a altura ou a espessura do osso no local da cirurgia, permitindo a instalação do implante. O enxerto acontece em uma cirurgia prévia à colocação dos implantes dentários, que só serão colocados após o período de cicatrização óssea, que leva em média de 6 a 12 meses.

Tipos de enxertos ósseos


Enxertos Autógenos (Tecido ósseo próprio)

Enxertos Autogenos (Tecido osseo proprio)Algumas regiões da mandíbula podem fornecer tecido ósseo para pequenas reconstruções ósseas. Em casos de maiores reconstruções, é necessária a realização de uma cirurgia ortopédica em centro cirúrgico hospitalar para retirada de um bloco ósseo de regiões como a crista ilíaca (bacia) ou calota craniana. Sua integração acontece em 6 a 9 meses.

Enxertos Homogênios (Banco de Tecidos Humanos)

Enxertos Homogenos (Banco de Tecidos Humanos)Os Bancos de Tecidos Humanos do Hospital das Clinicas / USP processa tecido ósseo para Ortopedia médica e para enxertos odontológicos. É um procedimento seguro e é cientificamente comprovado sua eficácia. Sua integração acontece em 6 a 9 meses.

Enxertos Alógenos (Matriz óssea bovina)

Enxertos Alogênos (Matriz ossea bovina)A matriz óssea de origem sintética ou animal podem ser usadas misturadas ao tecido ósseo autógeno coletado ou isoladamente em situações como o preenchimento de cavidades, como no caso de extrações. Sua integração acontece em 9 a 12 meses.


Como é feita a cirurgia de enxerto ósseo?

Este procedimento cirúrgico visa acrescentar altura ou largura ao osso maxilar e/ou mandibular, com vistas a aumentar seu volume para colocação de um implante dentário em regiões que seriam inviáveis para tal prática. Normalmente, a cirurgia é feita antes da colocação dos implantes dentários, mas, quando possível, os dois procedimentos são realizados conjuntamente. Antes de realizar o procedimento, é preciso descobrir uma área doadora para que parte do osso possa ser retirado e colocado no lugar necessário.
A maneira mais segura é retirar uma parte do osso da própria mandíbula do paciente ou de outras áreas da boca. O osso também pode ser recolhido da crista ilíaca, a parte mais alta da pelve, mas nesse caso é preciso internação hospitalar e o acompanhamento de um médico ortopedista.

Quanto tempo demora o tratamento?

Enxertos osseo 2 a 6 mesesO tempo de conclusão varia de caso para caso. Após a colocação, os implantes dentários devem permanecer em repouso por um período que varia de 2 a 6 meses para que ocorra o fenômeno da osseointegração (adesão do titânio do implante ao osso). Após este período, os implantes dentários são descobertos para a conexão da prótese dentária nos pinos. Em alguns casos específicos, a prótese pode ser instalada já no dia da cirurgia de colocação do implante dentário, realizando, assim, a carga imediata.




domingo, 26 de maio de 2013

APARELHOS AUTOLIGADOS - O AVANÇO DA ORTODONTIA


braquete autoligado



Modelo Atual de hum braquete autoligado
  Os aparelhos autoligados prometem animar quem precisa corrigir as más    oclusões - os famosos problemas de mordida. O tratamento permite que os pacientes percebam resultados já nos primeiros meses. 
O aparelho ortodôntico autoligado é composto por braquetes que não precisam de ligaduras elásticas, as famosas borrachinhas, para manter o fio, ou arco ortodôntico, preso ao aparelho. As peças possuem um dispositivo próprio, geralmente semiautomático, para prender o arco em seu interior. Isso diminui o atrito e permite que os dentes se movimentem mais rápido. 
Justamente por conta da agilidade na movimentação dos dentes, o período de tratamento pode ser diminuído, principalmente em casos mais simples. Outra vantagem é que as manutenções podem ser feitas em intervalos maiores, entre oito e 12 semanas - o comum é que as visitas ao dentista ocorram em intervalos de um mês.
Segundo o dentista Mario Vitor de Andrade , da Prime Odontologia, existem várias técnicas e diversos tipos de tratamentos no mercado. “Hoje, a busca por conforto, estética e principalmente por rapidez impulsionou o mercado no desenvolvimento de tecnologias e sistemas para abreviar o período de tratamento, uma das principais queixas dos pacientes”, diz Dr Mario 
As vantagens adquiridas com este método de tratamento prometem agradar principalmente aos adultos que optam pelo uso tardio do aparelho ortodôntico, seja por questões financeiras ou por questão estética. “Em grande parte dos casos não é necessária a extração dos dentes, procedimento muito comum em alguns casos, bastante desconfortável e demorado”, acrescenta Andrade


quarta-feira, 17 de abril de 2013

CIRURGIA VIRTUAL GUIADA


É uma cirurgia guiada baseada “exatamente” em uma cirurgia planejada e pré-elaborada virtualmente através de um software específico. Predominantemente, trata-se de uma cirurgia flapless (sem retalho).

A posição espacial de um implante é considerada um dos fatores chave para que um bom resultado estético final possa ser estabelecido. A busca por um planejamento ideal das resoluções protéticas previamente à instalação dos implantes e a maior precisão no posicionamento ideal desses implantes visando à estética, fonética, biomecânica e facilidade de higienização está cada vez maior. Aliada a isso, a busca incessante dos implantodontistas por cirurgias mais rápidas e precisas e com melhores pós-operatórios levou ao desenvolvimento de softwares para a realização de planejamentos virtuais, proporcionando o surgimento das cirurgias com planejamentos virtuais guiados.

O princípio básico desta técnica consiste em realizar uma tomografia computadorizada no paciente, tendo pontos de referência, como a própria prótese previamente planejada, para a captura de imagens em um computador. Essas imagens são manipuladas em um programa específico, que permite não apenas a colocação dos implantes neste programa, mas, a partir disso, a confecção de um guia cirúrgico de alta precisão, levando à possibilidade de realizar cirurgias sem retalhos (flapless), para a colocação dos implantes e da prótese com carga imediata, caso estes implantes sejam contemplados com estabilidade primária suficiente.Segundo Balshi et al. (2006), este é um avanço significativo na Implantodontia e prótese. Ainda, Kupeyan et al. (2006) comentam sobre a precisão do software; a cirurgia é minimamente invasiva, a rapidez e a simplicidade do procedimento cirúrgico e a recuperação do paciente com mínimo desconforto.

Comparada à técnica tradicional, a colocação dos implantes guiados com o auxílio deste planejamento virtual e o guia específico requer um investimento e um esforço prévio um pouco maior, mas propicia bons resultados clínicos, permitindo proteção de estruturas anatômicas críticas, bem como vantagens estéticas e funcionais que advêm da colocação do implante no local determinado pela prótese previamente planejada. Com o auxilio dessa tecnologia, a Odontologia vem atendendo às atuais exigências na previsibilidade dos implantes osseointegrados, tanto na maxila quanto na mandíbula, desde a prótese unitária até a prótese protocolo.

Quando se fala em implantes dentários a primeira coisa que vem à mente do paciente é o trauma da cirurgia. Para estas pessoas, surge uma luz: uma nova técnica que dispensa cortes, não sangra e tampouco provoca inchaço pós-operatório.

Tudo isso é possível graças a um planejamento pré-operatório com a ajuda de uma tomografia que, por meio de um avançado software, consegue mostrar ao dentista a formação e espessura dos ossos do maxilar e da mandíbula, permitindo ao profissional escolher os locais ideais onde serão fixados os implantes, sem ter que ‘abrir’ a gengiva para visualizar esse panorama. Conhecida nos maiores centros odontológicos do Brasil como Cirurgia Virtualmente Guiada, a técnica está disponível no Instituto Ronaldo Silva, o pioneiro da região a trabalhar com esse tipo de cirurgia. Este planejamento visualizado numa tela de computador diminui as chances de erro e deixa o paciente menos exposto a infecções, não havendo, inclusive, a necessidade do uso de antibióticos, como acontece nas cirurgias de implantes convencionais.

Planejamento Virtual

Por meio do software Dental Slice (Bioparts), a clínica radiológica envia ao cirurgião-dentista as imagens obtidas com a tomografia, já convertidas no programa, para que o profissional possa estudar e planejar a execução dos implantes.


Guia cirúrgica obtida pelo método de estereolitografia

Os guias podem ser totais ou parciais.

Fixação do Guia Cirúrgico

Usar a fresa específica com movimentos de “entra e sai”, penetrando com a fresa até o seu final. Recomenda-se ter uma fresa reserva caso a primeira venha a quebrar. Neste momento, é imprescindível que o paciente mantenha-se com a boca fechada, mordendo com o dispositivo feito para estabilizar o guia, garantindo seu correto posicionamento e sua correta fixação. Após as perfurações instalar os pinos fixadores até o seu stop.

Instalação da Prótese

Instalação da prótese com aperto dos parafusos e torque seguindo as recomendações do fabricante, ajustes oclusais e instruções de higiene.

Vantagens da Técnica

Auxilia no planejamento do tratamento. Auxilia na qualidade final do trabalho. Melhora o tempo de execução. Cirurgias sem retalho (flapless). Pouco sangramento. Menor quantidade de anestésico e medicamentos. Ausência de sutura. Baixo nível de trauma. Não causa edema. Retorno imediato do paciente ao convívio social.

Considerações finais

A utilização de técnicas menos traumáticas é uma tendência nas áreas da saúde. O sucesso clínico dos procedimentos com cirurgias guiadas é baseado no planejamento adequado, desde a seleção do paciente até os cuidados durante a preparação e instalação dos implantes. Quando comparada à técnica convencional, a cirurgia guiada, planejada virtualmente, apresenta algumas vantagens, tais como: menor desconforto, menor tempo cirúrgico, segurança, agilidade, menor sangramento, menor risco de infecção, rápida recuperação no pós-operatório e previsibilidade nas reabilitações bucais. Apesar de requerer um maior tempo de planejamento e investimento em kit cirúrgico especifico, a cirurgia guiada virtualmente planejada pode ser considerada uma evolução cirúrgica viável para a realidade do implantodontista.



segunda-feira, 25 de março de 2013

ANESTESIA SEM AGULHAS????



Produzida na Alemanha, é comercializada com a marca INJEX. No Brasil é usada a marca SAFE-INJECT devido à marca INJEX ser propriedade de terceiros.


Quanto anestésico deve ser injetado?
A dosagem básica recomendada é de 0.3 ml por aplicação. A segunda aplicação para prolongar o efeito pode ser administrada a qualquer momento. A dose da anestesia local é ainda muito menor se comparada com a seringa convencional (1,8 ml) apesar da segunda aplicação.
Porque a dose de pelo menos 0.3 ml é recomendada?
Menos que 0.3 ml para a aplicação inicial não é suficiente e o nível de anestesia é muito baixa, assim como com a infiltração convencional da anestesia.
Quais quantidades de anestesia podem ser administradas por aplicação?
Cada ampola do Safe- Inject deve ser preenchida com no máximo 0.3 ml de anestésico. A dose de 0.3 ml é recomendada para aplicações dentárias. Pode haver reaplicações se necessário. Basta retirar o Sili-Top e recarregar a ampola.
O quão rápido a anestesia local se torna efetiva após a aplicação?
A efetividade anestésica local é mais rápida do que a injeção convencional, apresentando uma infiltração quanto uma maior com distribuição tecidual da droga. A área injetada é anestesiada com a Safe-Inject em aproximadamente 30 segundos.
Quão grande é a janela terapêutica em comparação com a infiltração convencional de anestesia?
Aplicação com Safe-Inject oferece uma janela terapeutica similar do que a infiltração convencional da anestesia. Mesmo assim podemos afirmar que existe uma melhor distribuição do agente anestéscio dentro do tecido derivado da tecnologia da Safe-Inject.
O adaptador de transporte só deve ser utilizado uma vez?
O adaptador de transporte do anestésico é um produto estéril que dever manuseado de forma a evitar contaminação ou redução de sua funcionalidade. Sugerimos que o adaptador seja descartado diariamente. ATENÇÃO: o adaptador quando utilizado de forma inadequado pode ocasionar a cristalização do anestésico dentro do adaptador, contaminar o anestésico ou até mesmo prejudicar a transferência do anestésico para a ampola da Safe-Inject.Descarte o adaptador quando houver a contaminação do mesmo.
Qual anestésico pode ser usado?
Todos os anestésicos comercializados na atualidade na área de odontologia podem ser utilizados com o sistema de injeção sem agulha Safe-Inject para aplicações dentárias desde que respeitadas às particularidades farmacológicas.
Quais dentes podem ser anestesiados com Safe-Inject?
Anestesia infiltrativa utilizando Safe-Inject pode ser feita em todos os dentes decíduos em caso de crianças e em adultos nos dentes 15-25 e 33-43, sempre aplicando com o ângulo de 90°.







domingo, 24 de março de 2013

Odontohebiatria: cuidado específico com o adolescente



Segundo a Organização Mundial da Saúde, a adolescência acontece dos 10 aos 19 anos, 11 meses e 29 dias, e totaliza aproximadamente 34 milhões da população brasileira. Essa é a fase englobada pela Odontohebiatria.

Por: Célia Gennari

Dra. Lúcia Coutinho, especialista em Odontopediatria, Odontologia para bebês e Ortodontia Preventiva, comenta que a Odontologia Curativa de Massa esgotou-se, especialmente devido à transição epidemiológica sofrida com a introdução dos fluoretos na água e por outros meios nos anos 1980, que impactaram fortemente na diminuição da prevalência de cárie.
Com isso a demanda por tratamentos restauradores complexos reduziram-se drasticamente. Aliado a isso, a disponibilidade à informação se alastrou e com isso o acesso à atenção preventiva.
Conforme reporta Zanetti (1999), foram lançadas as bases primárias para a estruturação do novo paradigma de prestação de serviços odontológicos na esfera privada: a Odontologia de Mercado Segmentado. Com isso, o mercado passa a ser segmentado, heterogêneo, diferenciado, personalizado, sem padrões fixos ou únicos, flexível e especializado. No entanto, a sociedade se ressente da segmentação excessiva na saúde, volta-se, então, a valorizar a inserção da especialidade ao todo. A Odontohebiatria, com seu caráter preventivo e com seu enfoque voltado para características peculiares da adolescência, mas sempre em função do ser integral, caminha a favor deste movimento.
Embora a prevalência de cárie tenha caído bastante, o fato de neste período da vida ocorrer modificações em padrões de dieta e higiene oral e pelo fato dos responsáveis terem menos controle sobre estes fatores, torna-se imperativo reforçar o enfoque preventivo, orientando dieta e medidas de remoção de biofilme dental.
O risco de aparecimento de cárie se deve, principalmente a: dieta acentuadamente cariogênica, má higiene oral, maior número de superfícies dentais erupcionando, imaturidade dental e o uso de aparelhos ortodônticos.
Tendo em vista os fatores de risco associado à fase, seria de se esperar uma alta prevalência de cáries, mas o uso do flúor no abastecimento de água e dentifrícios levou a uma grande melhora dos índices. No Brasil, como no mundo, os índices de CPO-D estão caindo. O Ministério da Saúde, em levantamento nacional em 2010, mostrou uma média de CPO-D aos 12 anos de 2,1.
No município de São Paulo avaliou-se 4.249 adolescentes de 12 anos e o CPO-D foi 1,32 e 2.858 adolescentes de 15 a 19 anos e o CPO-D foi de 2,41.
Com a redução da prevalência de cárie, a erosão dentária passou a chamar a atenção. As causas de origem intrínseca estão associadas à xerostomia, pelo maior tempo de exposição da substância erosiva sobre o elemento dental e a doenças que provocam regurgitação, como refluxo, bulimia nervosa e anorexia, pelo contato constante do ácido gástrico com o meio bucal. As causas de origem extrínsecas estão associadas, por exemplo, ao excesso de ingestão de bebidas ácidas. O traumatismo também é muito prevalente entre os jovens, especialmente os atletas, que devem ser incentivados a usar protetores bucais. A literatura mostra que a prevalência de gengivite em adolescentes varia de 59% a 70%.
O processo de transição que marca a passagem da infância para a vida adulta é repleto de particularidades, no que diz respeito a características biológicas, psicológicas e sociais. Para que o adolescente tenha maior aderência aos cuidados preventivos é necessário o enfoque naquilo que o afeta prontamente. Ou seja, chamar a atenção para a halitose, devido à inflamação gengival, para o aspecto estético na erosão, cárie ou traumatismo.

Preparação profissional
A Odontohebiatria é uma clínica geral voltada ao paciente adolescente, e a Odontopediatria é voltada à criança. A anamnese usada deve ser a mesma da pediatria, acrescida de algumas questões sobre: fumo, álcool, drogas, vida sexual e data da menarca. Quando se trabalha em equipe multiprofissional, o odontopediatra tem acesso ao estágio pubertário ou estágio de Tanner, informação muitas vezes importante para se planejar tratamentos ortodônticos e ortopédicos, que apresentam resultados mais rápidos do início da adolescência ao final do estirão pubertário.
Muitas vezes, devido à periodicidade do tratamento, o dentista tem mais contato com o adolescente do que outros profissionais de saúde. Devido a isso, é necessário que o odontohebiatra esteja atento a alguns comportamentos de risco, uso de drogas lícitas ou ilícitas e distúrbios alimentares.
Da mesma forma que na odontopediatria pede-se um diário alimentar, é importante pedir também no caso do adolescente. Em relação aos distúrbios alimentares, alguns sinais precisam ser observados, nos casos de anorexia: a utilização de roupas largas continuamente, evitar situações sociais que implicam em se alimentar e comportamentos obsessivos; já nos casos de bulimia é mais difícil identificar comportamento, no entanto, os sinais de erosão dental, devido aos constantes episódios de vômito forçado, são bem evidentes.
A despeito da moda, a saúde deve ser priorizada. No caso do clareamento dental, os adolescentes mais jovens apresentam dentes com esmalte imaturo e mais poroso, portanto, mais sujeitos a hipersensibilidade. Neste caso, a decisão de se fazer o clareamento precisa levar em conta o fator idade e saúde geral. Alguns problemas sistêmicos podem, se não forem resolvidos, contraindicar o clareamento dental, tais como: asma, respiração bucal, hipersensibilidade a compostos de hidrogênio, desordens respiratórias e digestivas, xerostomia, bruxismo, entre outros.
No caso do uso de piercings orais, as complicações locais incluem: hemorragia, inflamação local, aumento do fluxo salivar, reação alérgica ao metal e trauma ao osso e dentes adjacentes, resultando em reabsorção e fraturas, respectivamente. Sistemicamente, o piercing oral tem sido identificado como vetor na transmissão de vírus, tais como: HIV, hepatite (B, C, D e G), herpes simplex, entre outros.
O uso de drogas e sexualidade são assuntos delicados. Portanto, é preciso criar um vínculo de confiança, sempre explicando as implicações que estas questões poderiam ter no tratamento. Entre elas:
  • A maconha tem um efeito cancerígeno na mucosa oral e pode provocar imunossupressão. O atendimento não deve ser realizado durante o efeito da droga, pois o uso de adrenalina/epinefrina no tubete de anestésico pode potencializar o efeito da maconha, induzindo a taquicardia.
  • O uso da cocaína pode causar recessão gengival, cárie de raiz, GUNA, bruxismo. A cocaína aumenta a sensibilidade cardíaca à adrenalina que é usada na maioria dos tubetes anestésicos dos dentistas e pode levar a uma “combinação fatal”, principalmente se a droga tiver sido usada até oito horas antes da consulta. Pacientes que fazem uso combinado da cocaína e álcool tendem a ter uma soma destes sintomas e causar condições mais severas.
  • Os que fazem uso do “ecstasy” têm uma maior tendência a ter bruxismo, assim como trincas, recessões gengivais e xerostomia.
Indivíduos que fazem uso da droga devem informar ao dentista, principalmente de um a dois dias após o uso, quando irão receber anestesia local ou se forem realizar alguma cirurgia, pois sua pressão pode estar alterada.
“A higiene bucal nesta fase é muitas vezes comprometida, pela falta de regularidade nas alimentações, o tempo fora de casa, o excesso de atividades e o menor controle dos pais”, explica Dra. Rosa Maria Eid Weiler, mestre e Doutora em Ciências Aplicadas à Pediatria pela UNIFESP.
No estudo realizado por Santos (2010), foi avaliada a existência de relação entre doença gengival em 80 adolescentes em relação aos estágios de Tanner (controlando o índice de placa) para identificar se o aumento de circulação de hormônios sexuais durante o estirão poderia aumentar a prevalência de doença gengival. Não encontrou relação estatisticamente significante, porém a prevalência de doença gengival nos adolescentes foi muito alta. 60% apresentaram sangramento à sondagem e 13,75% apresentaram cálculo. Além disso, não encontrou diferença estatisticamente significante entre o índice de placa entre meninos e meninas, que nos dois casos foi elevada.
Para detectar se o adolescente está ou não em comportamento de risco, ao profissional cabe exercitar a escuta sem preconceitos e com acolhimento, ficar atento aos fatores protetores: estrutura familiar, escolaridade, o grupo a que pertence, projeto de vida e histórico infantil. Uma abordagem inicial errada pode dificultar o relacionamento.
O protocolo de atendimento para o adolescente utilizado no Setor de Medicina do Adolescente do Departamento de Pediatria da UNIFESP tem a parte de anamnese mais voltada para o histórico odontológico e a de exame físico, abordando um odontograma contendo código para 30 alterações dentais de todo o tipo. Além disso, é aplicado um questionário que funciona como uma triagem de DTM. Caso alguma das respostas seja positiva, é feito um exame dos músculos mastigatórios, abertura bucal, protrusão, lateralidade, desvios na abertura etc., para um exame mais completo da condição da articulação têmporomandibular. “Como temos um serviço multiprofissional e temos acesso ao prontuário médico, nutricional, de fonoaudiologia e dos demais profissionais, as perguntas sobre o uso de drogas, sexualidade, a parte nutricional, entre outras, não são repetidas, pois seria extremamente cansativo”, comenta Rosa Weiler, coordenadora da Área de Odontologia do Setor de Medicina do Adolescente da UNIFESP. “Na clínica privada, é preciso que seja incluída na ficha clínica as questões médicas, nutricionais, fonoaudiológicas, portanto, será mais extensa”.

domingo, 27 de janeiro de 2013

TRATAMENTO DE CANAL


O que é tratamento de canal?


O que é tratamento de canal?
O tratamento do canal da raiz dentária consiste na retirada da polpa do dente, que é um tecido encontrado em sua parte interna. Uma vez que a polpa foi danificada, infeccionada ou morta é removida, o espaço resultante deve ser limpo, preparado e preenchido. Este procedimento veda o canal. Alguns anos atrás, os dentes com polpas infeccionadas ou mortificadas eram extraídos. Hoje em dia, um tratamento de canal salva muitos dentes que de outra forma teriam sido perdidos.
Os casos mais comuns de polpa infeccionada ou morta são:
  • Dente quebrado;
  • Cárie profunda;
  • Dano ao dente, como um trauma forte, seja ele recente ou mais antigo.
Estando a polpa infeccionada ou morta, se não for tratada, pode se formar pus na ponta da raiz dentro do osso maxilar, formando um abcesso. O abcesso pode destruir o osso que circunda o dente, causando dor.
Como é tratado o canal?
O tratamento de canal é feito em várias etapas, realizadas em várias visitas ao consultório, dependendo do caso. São elas:
  • Primeiramente, é feita uma abertura na da parte posterior de um dente frontal ou na coroa de um dente posterior, molar ou pré-molar.
  • Em seguida a polpa infeccionada é removida (pulpectomia), o espaço pulpar e os canais são esvaziados, alargados e limados, em preparação para o seu preenchimento.
  • Se mais de uma visita for necessária, uma restauração temporária é colocada na abertura da coroa, a fim de proteger o dente no intervalo das visitas.
  • A restauração temporária é removida e a cavidade da polpa e canal são preenchidos permanentemente. Um material em forma de cone (flexível) é inserido em cada um dos canais e geralmente selado em posição com um cimento apropriado. Algumas vezes um pino de plástico ou metal é colocado no canal para se conseguir maior resistência.
  • Na etapa final, uma coroa é geralmente colocada sobre o dente para restaurar seu formato e lhe conferir uma aparência natural. Se o dente estiver fraturado ou muito destruído pode ser necessário colocar um pino cimentado no canal antes da confecção da coroa.
Qual a durabilidade de um dente restaurado?
Os dentes restaurados podem durar a vida toda quando tratados adequadamente. Devido ao fato de ainda ser possível o aparecimento de cárie em um dente tratado, uma boa higiene bucal e exames dentários regulares se fazem necessários, a fim de evitar problemas futuros.
Como não há mais uma polpa viva que mantenha o dente hidratado, os dentes com raiz tratada podem se tornar quebradiços e mais sujeitos à fratura. Este é um importante aspecto a ser levado em conta quando for optar entre uma coroa ou restauração após o tratamento de canal.
Para se determinar o sucesso ou fracasso do tratamento de canal, o método mais confiável é comparar novas radiografias com aquelas tiradas antes do tratamento. Esta comparação mostrará se o osso continua sendo destruído ou se está sendo regenerado.
PulpDamagePulpRemovalFilled
Polpa do dente danificada por uma cárie profunda.A polpa é removida e os canais são limpos antes de serem preenchidos.A cavidade é preenchida e selada.